Dólar tem mais um dia de alta após Câmara aprovar pacote de corte de gastos do governo
O dólar iniciou o dia em alta nesta quarta-feira (18), após a aprovação projetos econômicos pelo Legislativo e ações para controlar a valorização da moeda. A Câmara dos Deputados deu aval ao texto-base do pacote de contenção de gastos e à regulamentação da reforma tributária, que agora aguarda a sanção do presidente. Além disso, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou o relatório final da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), enquanto o Senado aprovou a renegociação das dívidas estaduais.
Às 9h04, a moeda americana apresentava uma alta de 0,26%, sendo cotada a R$ 6,1142. Por volta das 11h, chegou a R$ 6,162. Na máxima do dia, atingiu R$ 6,167. Na sessão anterior, o dólar havia atingido um novo recorde histórico nominal, encerrando o dia a R$ 6,095. Os investidores estão atentos às movimentações do mercado de títulos públicos e à definição da taxa de juros nos Estados Unidos, que será divulgada pelo Federal Reserve (Fed).
O Banco Central do Brasil interveio no mercado com leilões extraordinários de câmbio, o que ajudou a conter a escalada do dólar, que chegou a ultrapassar os R$ 6,20. O índice Ibovespa, por sua vez, registrou uma alta de 0,92%, alcançando 124.698 pontos. Apesar do novo recorde nominal, a maior cotação real do dólar ocorreu em setembro de 2002, quando equivalia a R$ 8,75 em valores atuais.
A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) revelou que a deterioração da inflação levou a uma postura mais rigorosa, resultando em um aumento da taxa Selic de 11,25% para 12,25% ao ano. O comitê sinalizou a possibilidade de novos aumentos nas próximas reuniões. Em resposta a esse cenário, o dólar abriu em alta, e o Banco Central vendeu US$ 1,272 bilhão em um leilão.
Especialistas apontam que a valorização do dólar é impulsionada por incertezas fiscais e pela falta de confiança na gestão econômica do governo. A expectativa em torno da votação do pacote de cortes de gastos também tem um papel significativo na alta da moeda. Além disso, a escassez de dólares no país, comum nesta época do ano, levou instituições financeiras a reportarem dificuldades ao Banco Central, que tem vendido dólares à vista.
*Reportagem produzida com auxílio de IA