Câncer de pâncreas: o inimigo silencioso
O câncer de pâncreas é uma doença grave que afeta milhares de pessoas no Brasil e no mundo. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que, para cada ano do triênio 2023-2025, sejam diagnosticados aproximadamente 10.980 novos casos no Brasil, correspondendo a um risco estimado de 5,07 casos por 100 mil habitantes. É importante destacar que essa neoplasia apresenta uma alta taxa de mortalidade, principalmente devido ao diagnóstico tardio. Em 2020, foram registrados 11.893 óbitos relacionados à doença no país, o que equivale a 5,62 mortes por 100 mil habitantes.
Sintomas iniciais e dificuldade no diagnóstico
A apresentação clínica do câncer de pâncreas varia conforme a localização do tumor. Três dos sinais mais comuns que costumam levantar suspeita são icterícia (coloração amarelada da pele e mucosas), dor abdominal e perda de peso. Devido à falta de especificidade dos sintomas, o diagnóstico frequentemente ocorre em estágios avançados, o que torna o tratamento mais desafiador.
Atenção aos grupos de risco
Os principais fatores de risco incluem idade avançada, tabagismo, obesidade, sedentarismo, diabetes e histórico familiar da doença. Síndromes genéticas como pancreatite hereditária, síndrome de Lynch e síndrome de Peutz-Jeghers também estão associadas a um risco aumentado. A divulgação desses fatores e a conscientização sobre a importância do acompanhamento médico regular podem contribuir para uma detecção mais precoce.
Tratamentos e perspectivas
A cirurgia representa a principal chance de cura, mas apenas entre 15% e 20% dos casos são considerados operáveis no momento do diagnóstico. Outros tratamentos incluem quimioterapia e radioterapia, que podem ser utilizados isoladamente ou em associação, conforme o estágio da doença.
Estratégias mais recentes, como a imunoterapia e a terapia-alvo, vêm se consolidando como alternativas promissoras, com potencial de melhorar os resultados e a qualidade de vida dos pacientes. Sempre que possível, a participação em estudos clínicos deve ser incentivada, trazendo acesso a novas terapias e ampliando as perspectivas de tratamento.
Dra. Manuela Pelin Cardoso – CRM-SP 175.544 | RQE 114.866
Oncologista Clínica