Energia nuclear volta ao centro do debate como alternativa limpa na transição energética

Na preparação para a COP30, marcada para novembro em Belém, um tema chamou atenção no encontro de jovens dos países do BRICS, realizado no Rio de Janeiro: a defesa da energia nuclear como parte da solução para uma transição energética limpa e inclusiva. Diferente de combustíveis fósseis como carvão e gás natural, a energia nuclear não emite gases de efeito estufa durante sua operação, sendo uma fonte confiável e contínua — especialmente importante para países em desenvolvimento que buscam garantir segurança energética sem comprometer metas climáticas. Segundo Alexander Kormishin, diretor da Agência de Juventude do BRICS, “a energia nuclear é limpa, moderna e acessível”, e pode atender populações distantes ou regiões com infraestrutura limitada, graças ao avanço dos chamados reatores modulares, pequenos e mais seguros. A proposta vai ao encontro das discussões internacionais que reconhecem que a descarbonização do setor elétrico precisa de diversidade tecnológica. E a energia nuclear, embora polêmica, tem a menor pegada de carbono por megawatt/hora gerado, segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA). Outro ponto levantado é que a transição precisa ser justa. Países do Sul Global, como os do BRICS, enfrentam o desafio de ampliar o acesso à energia ao mesmo tempo em que reduzem emissões. Para esses jovens, a energia nuclear pode equilibrar desenvolvimento e compromisso climático. Hoje, apenas 10% da eletricidade mundial vem de usinas nucleares, mas essa proporção pode crescer com o avanço da tecnologia e novas regulações. França, China e Índia já estão expandindo seus parques nucleares.

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A discussão é estratégica. Não se trata de substituir todas as fontes renováveis, mas de complementar a matriz energética com uma fonte estável, que reduza a dependência de termelétricas a carvão e gás — ainda muito usadas em momentos de escassez hídrica ou solar. Na prática, a defesa da energia nuclear feita por jovens do BRICS mostra que a transição energética exige pluralidade, inovação e responsabilidade. O que está em jogo não é apenas o tipo de energia que usamos, mas o modelo de sociedade que queremos construir: segura, justa e ambientalmente viável.

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