Veja os sintomas e o tratamento para esclerose múltipla

A modelo e apresentadora Carol Ribeiro foi recentemente diagnosticada com esclerose múltipla, doença crônica que afeta o sistema nervoso central. A celebridade de 45 anos acreditava estar sentindo sintomas da menopausa, mas foi surpreendida com o diagnóstico da doença autoimune causada pelo ataque dos anticorpos do próprio indivíduo à bainha de mielina, membrana que protege as células nervosas. 

Quando se pensa em esclerose ou outras doenças que atingem o sistema nervoso, geralmente ocorre a imagem de pacientes muito debilitados e com muitas sequelas. No entanto, a esclerose múltipla evoluiu significativamente nas últimas duas décadas. “A esclerose múltipla evolui com surtos e remissões. A pessoa tem um surto ao longo de alguns dias ou semanas e depois, mesmo sem tratamento, costuma melhorar espontaneamente”, explica o neurologista Dr. Marco Py, da Casa de Saúde São José.

Tratamento com imunomoduladores

Conforme o médico, antes o tratamento da doença ocorria somente nas fases de surto, com o uso de corticoides e imunossupressores. “Porém, nos últimos anos se evoluiu muito com os tratamentos modificadores de doença, feito com imunomoduladores que bloqueiam essa reação autoimune não só nos surtos, mas também nas fases de remissão”, acrescenta.

O tratamento inovador com imunomoduladores é feito por infusões venosas mensalmente — ou até semestralmente — e está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A reação ao tratamento é individual; porém, em geral, observa-se uma melhora significativa da doença, com uma redução da quantidade de surtos e um intervalo maior entre essas fases. 

É importante consultar um médico ao identificar os sintomas da esclerose múltipla Imagem: Premreuthai | Shutterstock

Doença sem prevenção conhecida

A esclerose múltipla não apresenta nenhuma prevenção conhecida e não é ocasionada por nenhum dos fatores de risco clássicos da medicina, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo e consumo de álcool. No entanto, quanto mais cedo a pessoa procurar um neurologista, mais eficaz será o tratamento. 

Sintomas da esclerose múltipla

Carol Ribeiro confundiu os primeiros sintomas da doença com a chegada da menopausa. Isso acontece porque no climatério, período de transição entre a fase reprodutiva e não reprodutiva da mulher, surgem vários sintomas que comprometem o bem-estar.

“Podemos observar sintomas de fogachos (ondas de calor), sudorese, palpitações, sensação de tristeza, irritabilidade, cefaleia, insônia, dificuldade de concentração, depressão e apatia”, esclarece a Dra. Manuela Gurgel, ginecologista da Casa de Saúde São José.

Já a esclerose múltipla pode afetar qualquer área do sistema nervoso central; portanto, seus sintomas iniciais podem ser muito variáveis a depender da área afetada. O paciente pode ter, por exemplo, desde turvações visuais até perda de força de um lado do corpo ou, até mesmo, dificuldade de controlar os esfíncteres urinário e fecal. A perda de equilíbrio, quando o cerebelo é afetado, é outro sintoma comum. 

“Ao sentir qualquer um dos sintomas, o paciente deve procurar um neurologista. O diagnóstico é feito por meio de exame clínico e de exames complementares, como a ressonância magnética e o exame do líquor, que analisa a punção lombar”, conclui o Dr. Marco Py, neurologista da Casa de Saúde São José.

Por Bernardo Bruno

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